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Caso Cassaro: júri é adiado para junho por falta de advogados
Depois de 29 anos, a família do ex-prefeito de São Gabriel da Palha, Anastácio Cassaro, foi vítima de mais uma manobra para evitar que os acusados sejam julgados. Anastácio Cassaro foi assassinado em 1986. O julgamento dos cinco acusados, que começaria nesta terça-feira (29) foi adiado para o dia sete de junho. Apenas Carlos Smith Frota, estava acompanhado de um advogado durante o julgamento, que está acontecendo nesta terça na 1ª Vara Criminal de Vitória.
Isso porque quatro dos cinco réus no processo estavam sem advogados. Dois deles alegaram que o mesmo advogado estava com problemas de saúde e não pode comparecer. O advogado José Pedro de Barreto defenderia os acusados Fernando Lourenço de Martins e Edvaldo Lopes de Vargas, porém uma cirurgia de urgência fez ele se ausentar do compromisso. Na última sexta-feira (25), o advogado extraiu um dente.
Os outros dois, Jorge Antônio Costa e Luis Carlos Darós, afirmaram não ter condições para pagar um defensor. O juiz entendeu que os quatro acusados não tinham condições de ir para juri, e os liberou do Fórum. Antes disse, os orientou a entrar em contato com a Defensoria Pública do Espírito Santo e solicitar um advogado. Caso eles não cumpram o acordo, o juiz, por cautela, haja visto um novo pedido de adiamento, já se preveniu e nomeou o advogado Rafael Almeida de Souza, como defensor da ativa para ambos os acusados.
Para a filha do ex-prefeito, Sandra Cassaro, o coração fica doloroso com o adiamento do julgamento, mas afirma que essas manobras dos acusados só a fortalece. "De hoje (terça) até o dia sete de junho quero expor ao máximo o caso, distribuir panfleto, pendurar cartazes, reunir vítimas do Brasil todo e encher esse plenário", destaca.
Para Sandra o juiz cumpriu o papel dele, o que está errado é a lei. Ela tem muita fé que o homem que está julgado nesta terça - Carlos Smith Frota- será condenado, alegando que Frota está "atolado até o pescoço" com a justiça. O juiz Marcelo Soares Cunha, junto com os sete jurados, espera julgar Frota ainda na tarde desta terça. O juiz determinou uma nova data para julgar os outros quatro réus, no dia sete de junho deste ano.
Relembre o caso:
Anastácio Cassaro foi morto em 3 de abril de 1986, com dois tiros na cabeça, dentro de seu automóvel, em Goiabeiras, Vitória. Na época do crime, a promotoria entendeu que o motivo seria o interesse público. O prefeito teria sido assassinato para que o vice Firmino Martins ocupasse seu cargo.
Martins, no entanto, com 86 anos, foi liberado pela justiça, com o pedido de crime prescrito. Até 2009, o processo estava parado. Na época do crime Sandra Cassaro tinha 20 anos, e afirmou não saber o teor do processo. Em 2009 ela fez uma denúncia ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e conseguiu retomar o caso.
A filha da vítima relembra que o pai era muito querido na cidade, conhecido como "estufa urna" no município.
Movimentos Solidários. Grupos ativistas contra a violência de sete estados do país estavam no júri na terça-feira (29/03/2011) para apoiar a família Cassaro.
Fonte: CNJ
Além dos familiares de Cassaro, representantes de entidades sociais e parentes de pessoas que morreram de forma violenta em outros Estados compareceram ao julgamento em Vitória para prestar apoio.
A mãe da advogada Mércia Nakashima, assassinada no ano passado em São Paulo, acompanhou o júri popular.
Janete Nakashima concorda com Sandra Cassaro sobre a tentativa de manobra da defesa, o que classificou como um absurdo. "Eu vim para apoiar a família e também para pedir apoio. Nós queremos prender os assassinos, estamos nos organizando para que a impunidade diminua, temos que mudar o Código de Processo Penal. O que nós vimos aqui hoje foi um absurdo", frisou.
Hiper Carneiro é de João Pessoa (PB), e representa o grupo "Mães no Dor". Ela teve a filha Aryane Thaís assassinada grávida há 11 meses pelo namorado. Ela afirmou que voltará ao estado para o julgamento dos outros quatro acusados em junho. "É necessário dar esse apoio, só quem perde um ente sabe a dor. Enquanto vida eu tiver vou clamar essa vóz que não cala", declarou.
Representante do Comitê Dorothy, a irmã Julia Depweg, veio a Vitória para lembrar a morte da missionária Dorothy Stang, assassinada em 2005 no Pará, e para acompanhar o caso de Anastácio Cassaro. Para ela o adiamento do julgamento da maior parte dos acusados é uma cena repetida.
"Parece que é uma estratégia que a defesa usa para ver se adiando o julgamento o outro lado desiste e esquece o caso. E foi o que aconteceu com o caso da irmã Dorothy, no Pará, e o que se repetiu aqui. Mas nós nunca vamos desistir. Temos que mudar esta lei, que parece ser a lei da impunidade", disse a também missionária americana que vive no Brasil há mais de 20 anos.
irmã Julia Depweg, Carlos Santiago, Hiper Carneiro e Janete Nakashima
Família Cassaro
Representantes do Movimento Basta com Erros Médicos e ASPACEM
Representantes do MOVIDA
Representantes do Movimento Mães na Dor
União contra a impunidade
Na frente do fórum de Vitória, faixas e cartazes mostrando a dor de muitas outras famílias, que também vivem o luto e vieram acompanhar o julgamento. Para o julgamento, vieram muitos parentes de Anastácio Cassaro, como o sobrinho que estava com ele no dia do crime.Além dos familiares de Cassaro, representantes de entidades sociais e parentes de pessoas que morreram de forma violenta em outros Estados compareceram ao julgamento em Vitória para prestar apoio.
A mãe da advogada Mércia Nakashima, assassinada no ano passado em São Paulo, acompanhou o júri popular.
Janete Nakashima concorda com Sandra Cassaro sobre a tentativa de manobra da defesa, o que classificou como um absurdo. "Eu vim para apoiar a família e também para pedir apoio. Nós queremos prender os assassinos, estamos nos organizando para que a impunidade diminua, temos que mudar o Código de Processo Penal. O que nós vimos aqui hoje foi um absurdo", frisou.
Hiper Carneiro é de João Pessoa (PB), e representa o grupo "Mães no Dor". Ela teve a filha Aryane Thaís assassinada grávida há 11 meses pelo namorado. Ela afirmou que voltará ao estado para o julgamento dos outros quatro acusados em junho. "É necessário dar esse apoio, só quem perde um ente sabe a dor. Enquanto vida eu tiver vou clamar essa vóz que não cala", declarou.
O grupo Movimento pela Vida (Movida), estava representado pelas paraenses Iranilde Russo e Andrelina Pereira, que perderam os filhos também assassinados e Angélica Elmescany, noiva de Maycon Pantoja, vítima de latrocínio.
Carlos Santiago, do Movimento Gabriela Sou da Paz, pai de Gabriela Prado Maia Ribeiro, morta por bala perdida no Rio de janeiro há 8 anos, e Sandra Domingues, ativista e voluntária do Movimento Gabriela Sou da Paz.
A mãe de Allan Barbosa, Ana Lúcia Barbosa da ASPACEM (Associação Paraense Contra Erro Médico) e Sandro Machado, do Movimento Basta com Erros Médicos também reforçavam o apoio e solidariedade à família Cassaro.
Carlos Santiago, do Movimento Gabriela Sou da Paz, pai de Gabriela Prado Maia Ribeiro, morta por bala perdida no Rio de janeiro há 8 anos, e Sandra Domingues, ativista e voluntária do Movimento Gabriela Sou da Paz.
A mãe de Allan Barbosa, Ana Lúcia Barbosa da ASPACEM (Associação Paraense Contra Erro Médico) e Sandro Machado, do Movimento Basta com Erros Médicos também reforçavam o apoio e solidariedade à família Cassaro.
"Parece que é uma estratégia que a defesa usa para ver se adiando o julgamento o outro lado desiste e esquece o caso. E foi o que aconteceu com o caso da irmã Dorothy, no Pará, e o que se repetiu aqui. Mas nós nunca vamos desistir. Temos que mudar esta lei, que parece ser a lei da impunidade", disse a também missionária americana que vive no Brasil há mais de 20 anos.
Sandra já esta no Blog do Movimento Giorgio Renan Por Justiça a notícia sobre o julgamento.
ResponderExcluirhttp://elizabethmetynoski.blogspot.com/
Rlizabeth Metynoski